Cheguei ao final da jornada
E encontrei nada.
Nada ao fim dessa estrada
Nada que justificasse tamanha caminhada.
De que valeu tudo isso, então?
Cheguei até a foz desse rio
E encontrei o vazio.
Vazio do aço mais vil.
Vazio como recompensa por anos de esforços a fio.
De que serviu tudo isso, então?
Cheguei ao fim desse livro
Cheguei ao fim desse livro
Onde como protagonista figuro
E só encontrei o escuro
Escuro onde julgava porto iluminado e seguro
O escuro como vela a me orientar o futuro.
De que proveito foi tudo isso, então?
Cheguei ao final dessa vida atribulada
Cheguei ao final dessa vida atribulada
E consegui nada.
Nada ao fim dessa escalada.
Nada.
Apenas a terra estéril, sobre meu esquife, lançada.