Até o quinto ano da vida escolar do meu filho (a antiga 4ª série do primário), estudei com ele para todas as suas provas mensais e bimestrais. Todas. Absolutamente todas.
Considerei importante, durante esse período, ensiná-lo a estudar. A preparar o ambiente de estudo, organizar o material a ser utilizado, aprender a fazer um bom resumo do assunto, entender o que há para ser entendido, decorar o que precisa ser decorado, enfim, a ter um mínimo de ordem, método e disciplina.
Do sexto ano em diante (hoje, ele está no sétimo), deixei-o por "conta própria". Chutei-o para fora do ninho, para ver como ele se saía voando com as asas que eu treinei. Em primeiro lugar, porque tenho muito menos tempo hoje em dia para estudar com ele; em segundo, porque só de tocar num livro didático começo a dar sinais de angústia, de ansiedade e de aflição (sim, sou professor, e sei que estou com sérios problemas); em terceiro, porque ele precisa estabelecer o seu ritmo próprio, o seu modo de estudar.
Longe do meu domínio (mas ainda sob minha atenta vigilância), e como era de se esperar, suas notas caíram um tanto, ainda que, no geral, ele venha se saindo a contento. Uma puxada de rédea aqui e acolá, de vez em quando, é necessária, mas tem se saído a contento.
Gostei bastante desses anos em que estudei com ele (acho mesmo que gostei mais do que ele). De certa forma, foram proveitosos também para mim. Relembrei de fatos da História do Brasil - dos tempos do Descobrimento, do Império, dos engenhos, dos bandeirantes, dos jesuítas etc. De conceitos da geografia física - elementos do relevo, tipos de solo, paralelos e meridianos, continentes e oceanos, corpos celestes e sistema solar.
Até mesmo aprendi coisas novas. Assuntos que, na minha época de grupo, nem se cogitava em falar, nem existiam; sobretudo em Ciências.
Aprendi, por exemplo, sobre os 3 Rs da sustentabilidade. Hoje, poucos anos depois, vi que esses Rs se multiplicaram mais do que sequência de filme ruim de Hollywood, chegando já aos 8 Rs, mas me aterei aos três originais.
Claro que eu sei que essa história de sustentabilidade é balela das grossas. Não existe - e não há como existir - nenhuma atividade econômica humana totalmente sustentável, que não parasite algum recurso natural do planeta e o devolva na forma de lixo. Mas, como diziam antigamente, aprender, ainda que falácias brabas feito essa, não ocupa espaço.
Os 3 Rs : repensar, reciclar e reutilizar.
Repensar consiste no ato de ponderar sobre se, de fato, necessita-se comprar um certo produto, ou mais do mesmo produto, repensar foca na redução do consumo. Um "R", vê-se logo de cara, fadado ao fracasso. Repensar implica em que, primeiro, alguém tenha pensado algum dia; o que mostra que o planeta está mesmo encalacrado.
Reciclar talvez seja o mais conhecido dos 3 Rs. Basicamente é transformar uma embalagem já produzida a partir da transformação de recursos naturais, de novo, na mesma embalagem, evitando, assim, um maior sequestro de recursos para a sua confecção. É transformar lata de alumínio em uma nova lata de alumínio (ao invés de extrair mais bauxita), garrafa de vidro em nova garrafa de vidro (ao invés de extrair mais areia, silicatos etc).
Reutilizar, o 3º R e o motivo dessa postagem, fundamenta-se em dar novos usos a uma embalagem, diferentes propósitos e destinações daqueles para o qual ela foi originalmente concebida. Por exemplo, um pote de sorvete, ao invés de ser descartado ao meio ambiente, onde levará um porrilhão de anos para ser degradado, pode ser reutilizado como, sei lá, um vaso para plantas. A outro exemplo, uma lata de tinta pode ser reaproveitada como, digamos, um vaso para plantas. Uma caneca que rachou ou que teve a borda lascada pode ser redirecionada para ser, quem sabe, um vaso para plantas. De onde se vê que, a depender de minha criatividade de reuso, o planeta está mesmo fodido. Ou virará um jardinzinho até que bem legal.
E todo mundo está a praticar os 3 Rs da sustentabilidade. Agronegócio, indústria, comércio, prestação de serviços. Todo mundo fazendo o papel de bom moço e fingindo preocupação com a Mãe Terra em troca de umas boas isenções de impostos.
Porém, algumas vezes, certas ações isoladas, individuais e anônimas se mostram muito mais inovadoras e criativas - e, por que não dizer, mais eficazes? - que as dos grandes setores da economia.
Iniciativas pessoais que mereceriam uma condecoração internacional, uma medalha de honra ao mérito da sustentabilidade e das metas do milênio concedida pela ONU.
Feito a do iraniano de 50 anos, casado, cuja identidade não foi revelada, e que deu às garrafas PETs, um dos tipos de embalagem de mais difícil reciclagem, um reuso inusitado e revolucionário.
Depois de três dias a suportar estoicamente fortes dores abdominais, foi levado a um hospital pela esposa, a quem disse o tempo todo que seu sofrimento vinha de uma terrível constipação, um clássico caso de merda empedrada.
Porém, no hospital, uma tomografia revelou o segredo escondido pelo iraniano. Bem escondido...
O iraniano estava com uma garrafa PET enfiada no cu. Transformou a garrafa num consolo, num vibrador, numa rola não biodegradável!!! Valha-me Santo Aiatolá Khomeini !!!!
Isso é que é amor pelo planeta e pelo meio ambiente! Isso que é sacrificar-se pelo bem das futuras gerações!
Durante a consulta, o iraniano não entregou a rapadura, não fez nenhuma referência à garrafa entalada no toba.
"Por causa do seu constrangimento e do medo de sua esposa, ele não forneceu nenhum histórico da presença de um objeto estranho no reto e chegou tarde ao pronto-socorro", escreveram os médicos que relataram o caso na revista Clinical Case Reports.
O fundo da garrafa, de 250 ml, já estava a adentrar o cólon, o famoso intestino grosso, e a boquinha da garrafa, que escapou da mão do iraniano, quase dois centímetros afundada cu adentro.
Por sorte, ou talvez por prática e habilidade, a garrafa não feriu seriamente as entranhas do homem. Não foi preciso nem intervenção cirúrgica. O médico deu uma anestesia, enfiou os dedos no cu do homem e foi, segundo suas próprias palavras, "cuidadosa e lentamente arrastando a garrafa do reto até a abertura do ânus, sem ruptura ou sangramento".
Depois de cinco dias em observação na enfermaria, e a só receber líquidos em copos, o sujeito teve alta e foi encaminhado para uma clínica psiquiátrica, pois o médico concluiu que ele sofre de depressão.
Depressão? Ele "sofre"é de viadagem, isso sim. De tesão na argola. Quem tem depressão, toma tarja preta, não enfia garrafa no cu.
E eu, inocentemente, pensando em ir me consultar com um psiquiatra... Vai que ele, em vez de um tarja preta, me receita uma brahma casco escuro?
Às vistas do quê, e a depender do meu engajamento na causa da reutilização de embalagens, vos digo : quero que o planeta se afogue em plástico! Sustentabilidade é o cacete - literalmente, nesse caso!
Pãããããããta que o pariu!!!!