Nunca aqui no blog, ou em qualquer outro lugar, real ou virtual, situei-me politicamente, defini e finquei meus pendores ou posicionamentos ideológicos, se de direita ou de esquerda. Até agora.
Em parte, porque sinceramente nunca consegui ver claras diferenças de pensamento e atitudes entre os ditos de direita e os ditos de esquerda; pelo contrário, é muito comum vermos políticos declaradamente de direita a fazer pronunciamentos, muitas vezes, de esquerda, e vice-versa. É a famosa farinha do mesmo saco.
E em parte, e principalmente, porque nunca tive elementos concretos de vivência (e eu não estou interessado em nenhuma teoria...) sob os dois tipos de regime, para poder compará-los. Até agora.
Nasci em 1967, dentro de um regime de extrema direita, o regime militar (1964-1985), que foi sucedido pela Nova República, um regime que se definia de centro, os em cima do muro, mas com claros pendores à direita, um regime de centro-direita. Como eu disse, ainda sem elementos de comparação. Até 2002, quando a chamada esquerda brasileira, final e desgraçadamente, assumiu o poder federal e começou a nos mostrar as suas verdadeiras fuças.
Doze anos de um governo de esquerda, doze anos de uma quantidade gigantesca de dados para tecer paralelos e, tranquilamente, vos digo : sou de direita! A esquerda brasileira conseguiu definir-me politicamente : sou de direita! Em sendo o PT a esquerda que nos cabe, em sendo o PT a esquerda que se nos apresenta, não tenho titubeios : sou de direita! Destro até à medula!
O uso político dos termos "direita" e "esquerda" surgiu na Revolução Francesa. Durante os debates sobre a Constituição, os deputados ligados à aristocracia e aos defensores da monarquia constitucional, bem como os membros da alta burguesia, sentavam-se à direita do plenário, e os simpatizantes da revolução acomodavam suas mal lavadas bundas francesas nas cadeiras à esquerda.
Consenso geral, ou melhor, senso comum, a esquerda inclui progressistas, sociais-liberais, ambientalistas, social-democratas, socialistas, democrático-socialistas, libertários socialistas, secularistas, comunistas e anarquistas, enquanto a direita congrega fascistas, conservadores, reacionários, neoconservadores, capitalistas, neoliberais, monarquistas, teocratas e nacionalistas.
Uma definição claramente tendenciosa, uma classificação claramente elaborada pelos de esquerda, que se consideram o suprassumo da criação, a quintessência da humanidade.
Pois eu vejo a coisa de modo um pouco diferente. Os de direita que conheço são aqueles que trabalham responsavelmente (e desde de tenras idades), que cumprem com suas obrigações profissionais, pessoais e familiares, que pagam seus impostos, que conquistam - e muito justamente - seu pequeno patrimônio, suas propriedades, são aqueles que, mesmo às vistas de um quase irrisório progresso, pautam-se pela ordem.
Os de esquerda que conheço são aqueles que querem ter tudo o que os de direita conquistam, mas sem trabalhar, sem terem responsabilidades, método ou disciplina em suas vidas; os esquerdistas querem tudo o que os direitistas têm, mas não na base do esforço, sim na base da "justiça social". Os de esquerda se esgoelam por uma mais justa divisão de rendas. Rendas de quem, cara-pálida? Dos outros, claro. O esquerdista está de olho é na renda do outro. Jamais cogita em ter sua própria renda e com ela incrementar o bolo a ser bem e salomonicamente dividido. Divisão de renda no cu dos outros é refresco.
Claro que, em minha longínqua adolescência, tentei ser doutrinado pelos da esquerda. Sempre tinha aquele professor de história, filosofia, sociologia e outros que tais, barbudos, cabeludos, encardidos, querendo fazer nossa cabeça contra a direita, querendo nos arrebanhar para a manada vermelha. E, confesso, algumas vezes, sofri leves influências, cheguei a votar no PT, no Suplicy e no jurista, não sei se ainda vivo, Hélio Bicudo.
Mas meu lema sempre foi : o que sei é o que vi e vivi.
E o que sei e me lembro do período militar é do meu pai, vindo já quase um adulto da zona rural para a cidade. Começou lavando peças de trator, fez o "madureza", que era o supletivo da época, fez cursos de mecânica, passou de lavador de peças a mecânico, estudou mais, passou a representante comercial, concomitantemente, trabalhava o dia todo, construiu uma bela casa, fez faculdade de administração e de economia, e foi promovido a gerente de seu departamento. Hoje, ele não faria nem para pagar o mais reles aluguel de uma casa decente. E se hoje ele não vive confortavelmente, ainda que de forma frugal e modesta, de sua dilapidada aposentadoria, se hoje, com mais de 70 anos, ele ainda se impõe o trabalho, é porque, direitista que é, tem arraiagado em si um enorme senso de provedor, considera-se ainda na obrigação moral de sustentar o filho mais novo, praticamente uma criança, na tenra idade dos quase 40 anos, esquerdista, claro.
O que sei e me lembro do período militar é de um tio materno, que com sua fábrica de sapatos de fundo de quintal, o que hoje se chama de microempresa, também progrediu em sua vida, construiu sua casa, criou e bem estudou três filhos e ainda dava emprego para dois ou três parentes. Hoje, sua pequena empresa iria à falência, não faria nem para os tais encargos sociais.
O que sei e me lembro do período militar é que quem trabalhava, tinha, conquistava, o dinheiro era dele. Hoje, quem trabalha, sustenta um enorme e cada vez maior contingente de vagabundos, de enconstados, de parasitas reprodutores, chamados pela canalha esquerdista de "excluídos", de "vítimas do sistema" etc etc.
O que sei e me lembro do período militar é de ter estudado em uma escola pública mil vezes melhor que a escola pública em que hoje leciono. O que sei e me lembro é de professores meus com salários equivalentes, à época, ao de um juiz de direito. Hoje, um ingressante no magistério mal ganha R$ 1000,00 com sua carga horária inicial.
Por essas e por outras : Direita, volver!!!
Por essas e por outras, depois de exatos vinte anos a anular todos os meus votos - o último candidato que teve meu voto foi o Fernando Henrique Cardoso, em 1994 -, vou votar agora, no segundo turno, em Aécio Neves. Melhor, vou votar contra o PT, contra a esquerda que aí está. Fosse Marina Silva a confrontar Dilma nas urnas, votaria nela; fosse o Pastor Everaldo, idem.
Insatisfatoriamente, o que se oferece é Aécio Neves. Paciência, Iracema, paciência.
Como diz o populacho, o Aécio é o que a gente tem pra hoje. O fundamental e urgente é arrancar o PT do Planalto. Depois a gente vê o que faz. Se o Aécio for uma merda, a gente o demite na próxima eleição, se o seu sucessor for outra merda, o trocamos também. É para isso que serve a democracia. É isso que ela nos permite.
Fora, PT!
Direita, volver!!!